28/09/2012

Ensinar gato a usar... a sanita

Ensinar gato a usar... a sanita
Uma questão de higiene e etiqueta

   Gosta do seu gato como se fosse gente, por isso imagina como seria bom ele ter hábitos de gente que condissessem com o seu comportamento, tantas vezes tão humano para um felino. Pois deixe de desejar e passe à acção, ensinando-o a usar a sanita em vez da caixa de areia sanitária, nem sempre muito higiénica. No final, sim, ao seu tareco só já lhe faltará falar.

Antes do treino
   Certifique-se de que é este o método que pretende para o seu gato, uma vez que não pode, depois, tentar que o animal use outro qualquer que lhe dê mais jeito a si, ou melhor se adeqúe à sua vida em determinado momento. O treino deve ser aplicado a um gato novo, mas suficientemente crescido para que possa subir e saltar da sanita. Convém não esquecer que o animal tenderá, depois, a fazer as suas necessidades apenas em sanitas. Também por isso, este treino é indicado apenas aos gatos confinados ao espaço da casa. Um animal que possa ir à rua, acabará apenas por se habituar a reter fezes e urina até à próxima saída. Saiba ainda que, no caso de ter apenas uma casa de banho, as suas próprias idas ao wc estarão condicionadas com a logística que este treino implica.

Do que vai precisar
   — Uma caixa própria para as necessidades do animal.
   — Uma folha de papel (já vai saber para quê).
   — Semanas, ou mesmo meses de treino.
   — Muita paciência e dedicação.

Passo a passo
   — Levar a caixa das necessidades do gato até à casa de banho. Não a desloque directamente do local onde sempre tem estado para o WC. O processo tem de ser gradual. Falamos de centímetros por dia, todos os dias. Nada de precipitações que coloquem em risco o sucesso do treino.
   — Todos os dias, quando deslocar a caixa em direcção à casa de banho, vá reduzindo a quantidade de areia (ou qualquer outro material usado).
   — Vá deslocando a caixa até esta ficar colada à sanita. Pois é, pode mesmo demorar muito tempo.
   — Sempre que a aproximar da sanita, suba-a em altura, com o auxílio de listas telefónicas ou qualquer outra estrutura que permita segurança e estabilidade à caixa, para que não caia, assustando o animal e desmotivando-o a subir para ela.
   — Pare quando a caixa estiver colada à sanita e à mesma altura que esta.
   — Este ponto é decisivo e requer a sua própria colaboração, uma vez que a sanita, de agora em diante, passará a ser dos dois. Com o tampo levantado, tape o buraco da sanita com um papel autocolante, ou apenas fixando-o com fita-cola. (Pois é, tudo isto deve ser retirado quando você precisar de usar a casa de banho).
   — Desloque progressiva e diariamente a caixa das necessidades do animal para cima do tampo, agora forrado de papel, até estar completamente em cima da sanita.
   — Continue a retirar quantidades de areia, até ao ponto em que a caixa fique vazia.
   — Faça um pequeno furo central no fundo da caixa e outro, coincidente, no papel com que forrou a sanita.
   — Gradualmente, vá aumentando ambos os buracos, até ter a sanita quase descoberta.
   — Finalmente, retire o que resta da caixa e do papel. Missão cumprida, principalmente se foi bem sucedido e o animal se dirige à sanita sempre que tem necessidade de urinar ou defecar.

Importante
   — Não dê nenhum passo em frente sem que o gato se acostume às alterações anteriores.
   — O treino é mais eficaz, senão mesmo apenas eficaz, se o dono estiver em casa a tempo inteiro, pelo menos durante o tempo de aulas. Só assim perceberá se as coisas seguem na direcção certa: se o animal se sente confortável com as alterações, se não há resistência nem mudanças de comportamento… Além de que, a sua presença reconforta o animal conferindo- lhe segurança e tranquilidade.
   — Siga o treino à risca e sem pressas, ou acabará por incentivar o animal a fazer as necessidades onde calha, porque não gosta das mudanças ou não entende o que deve fazer.
   — Nunca force o animal a fazer aquilo que não quer ou não entende. Deitará tudo a perder se o animal associar a ida ao WC com coisas negativas, como sejam reprimendas ou castigos.
   — Este treino não se aplica a gatos velhos, com hábitos de higiene há muito instituídos e sem apreço ou paciência para mudanças.
   — Nunca se esqueça de puxar o autoclismo sempre que a sanita for utilizada, por si ou pelo gato. Alguns gatos apreciam colocar as patas na água, divertindo-se a salpicar tudo à volta. Não é agradável!

   Depois de treinado, fica apenas por resolver um pormenor: quem vai à casa de banho primeiro.

25/09/2012

Como escolher a melhor ração para o seu cão?



Antes de falar da parte prática do uso dessas rações, é importante falar um pouco sobre esse mercado e as características que uma ração precisa ter para ser considerada superpremium. Podemos classificar uma ração da seguinte forma:
  • Rações “de Combate”: são rações muito baratas (~1,00 real o quilo), de pouco valor nutricional (feitas a partir de proteínas de baixa qualidade). Nesse caso, o consumidor é atraído pelo preço e pela embalagem que muitas vezes diz frases do tipo: alto teor de proteínas. É importante saber que o que importa não é somente o teor de proteínas (expresso em %), mas sim a sua qualidade (origem). Além disso, o teor deve ser calculado de forma diferente para cada idade e porte do animal. Essas rações são pobres, resultam em fezes grandes, mal cheirosas, placa bacteriana e consecutivamente tártaro, pêlos feios que caem continuamente, animais muito magros ou acima do peso, dentre outros transtornos que a longo prazo podem resultar em doenças de tratamento bastante caro (ex.: tártaro, doenças articulares, cardíacas, etc).
  • Rações “Standard”: são rações um pouco mais caras que as de combate, mas também de pouco valor nutricional, resultando em quase todos os mesmos transtornos ocasionados pelas de combate.
  • Rações “Comerciais”: são rações que, como o próprio nome diz, possuem forte estratégia de marketing, como embalagens bonitas, coloridas, com fotos de belos cães ou gatos, normalmente de marcas famosas e com propaganda na televisão. Essas rações visam vários tipos de consumidor: aquele que não tem muitas condições financeiras mas mesmo assim quer dar uma boa ração para o animal mas não conhece muito bem o assunto, aquele consumidor que tem boas condições financeiras mas não está disposto a pagar uma ração mais cara, aquele consumidor que se atrai por belas embalagens e é muito influenciado por propagandas, dentre outros. Essas rações também são nutricionalmente incompletas e na maioria das vezes o custo-benefício traz prejuízo ao consumidor.
  • Rações Premium: são rações de boa qualidade e de um preço ainda acessível. Essas rações já vêm com diferentes formulações. No caso de cães são de acordo com seu porte, idade e estado nutricional (ex.: rações light e sênior). Se forem para gatos já encontra-se as light e as sênior, além de apresentarem controle do pH urinário (visto a suscetibilidade dessa espécie em apresentar disfunções do Aparelho Urinário. No caso de rações premium as fezes já apresentam-se menores, porém esse alimento não previne tártaro, doenças articulares, dentre outras.
  • Rações High-Premium, Premium Plus ou Premium Especial: são rações premium com alguma vantagem a mais. Elas também são formuladas de acordo com a idade e porte do animal e no caso de felinos, também vêm com controle do pH urinário. Como vantagens (de acordo com a marca) pode-se encontrar: prevenção do tártaro, diminuição do volume e odor das fezes, altos teores de ômegas (resultando em pelagens mais exuberantes), dentre outras.
  • Rações Super Premium: são rações chamadas como “primeira linha”, por serem completas para os diferentes tipos de cães e gatos. Nesse caso, além de serem formuladas de acordo com a idade, o porte e muitas vezes a raça do animal, elas também possuem atributos essenciais para a sua saúde. Ex.: as de cães de raças grandes e gigantes obrigatoriamente devem apresentar altos teores de sulfato de condroitina e glucosamina (caso contrário não podem ser classificadas como super premium), condroprotetores de importância vital para os cães desse porte, em virtude de serem os mais acometidos por doenças ortopédicas (como a Displasia Coxofemoral na raça Pastor Alemão). No caso de gatos, encontra-se rações para os Siameses, os Persas, gatos de pelagem longa (com prevenção da formação de bolas de pêlos no trato digestivo), gatos indoor (que só ficam dentro de casa ou apartamento), etc.
A alimentação de um pet é um investimento. Animais bem alimentados ficam doentes com menos freqüência e têm mais chances de atingirem uma longevidade. Por exemplo, um filhote em pleno desenvolvimento precisa de proteínas e minerais suficientes para uma boa formação do esqueleto, equanto um animal idoso já começa ter declínio de suas funções orgânicas, precisando menos de determinados componentes. Sem esquecer que em cada fase da vida animal as necessidades e quantidade de ração variam para que suas necessidades sejam supridas.
Após ingerido, o alimento passa pelo trato gastrointestinal (no caso de monogástricos) e sofre ação de várias enzimas. A perda de nutrientes pelas fezes é a maior perda, mas varia de uma ração para outra, então a partir daí, podemos determinar o Coeficiente de Digestibilidade Aparente (CDA), que nada mais é do a quantidade de nutrientes perdidos nas fezes em relação a quantidade de nutrientes ingeridos. É através disso que determinamos a qualidade da ração, ou seja, quanto maior for este coeficiente, melhor a digestibilidade e maior a qualidade da ração.
Hoje em dia, com um mercado mais exigente e um pouco mais informado, acredita-se que finalmente os alimentos são avaliados pela sua qualidade através da digestibilidade e não pelos teores de proteína. Altos teores de proteína podem possuir baixa digestibilidade e serem perdidos em grande quantidade nas fezes e urina. Podem também causar alguns problemas a saúde do animal, sem contar em aumento grande da relação custo/benefício e falta de balanço com os demais nutrientes que são de vital importância para a manutenção do metabolismo e fisiologia animal correta. Por isso, devemos sempre nos preocupar com a digestibilidade de cada alimento e não com os teores que ele possui. Agora se o alimento possui boa digestibilidade, aí sim vamos para um segundo passo de avaliação, que são os níveis de garantia existentes na ração. Conclui-se portanto, que alimentos com teores de proteína abaixo de 20% ou acima de 26% podem representar baixa digestibilidade, ou balanceamento incompleto. Pensando desta forma, estaremos começando a seguir um caminho correto para avaliarmos e classificarmos um alimento, sua proteína e seus níveis de garantia. E cada ração portanto, é classificada de acordo com sua digestibilidade e qualidade e não de acordo com seus níveis de garantia.
As Rações superpremium são assim classificadas a partir de um certo percentual de digestibilidade, o que pode variar de acordo com os interesses dos fabricantes, pois não há um “padrão” neste sentido. Como consumidor, para saber se a ração é de alta digestibilidade, ou não, basta analisar na embalagem os ingredientes que compõem a ração. As fontes proteicas devem ser de origem animal (carne de frango, carne de peru, digestas de frango, carne de ovelha, ovos, etc.). E as fontes de gordura também, ou pelo menos óleos vegetais nobres como, por exemplo, óleo de linhaça. Fontes proteicas vegetais como soja, glúten, etc. não têm alta digestibilidade. É bom desconfiar de produtos que têm em sua relação de componentes coisas como “carne de aves” (urubú também é ave / e de que parte da ave estão falando? Pena e bico são proteína pura e de baixíssima digestibilidade).
O que pode aumentar a digestibilidade da ração é a presença de fibras de moderada fermentação (ex. polpa de beterraba branca), que aumenta a eficiência absortiva dos enterócitos. Outro ingrediente que melhora a digestibilidade são os F.O.S. (fruto oligo sacarídeos), que alimentam a microbiota intestinal, ou seja, beneficia o crescimento de “boas bactérias” no intestino, o que leva a uma melhor fermentação do bolo alimentar. Resumindo, quando compramos uma ração para o amigo peludo, devemos estar atentos aos níveis de garantia (percentuais de proteína, gordura, etc.) e a qualidade dos ingredientes. Por exemplo, uma ração para cachorro deve ter, no mínimo, 20% de proteína. Porém, isso é relativo, porque carne é fonte de proteína e pena da galinha também. Carne é bem mais digerível que pena. Outro detalhe é o equilíbrio entre percentuais de proteína e gordura. Não é eficiente uma ração com 30% de proteína e 8% de gordura.
Além disso, altos teores de proteína na ração podem trazer sérios danos a saúde do animal se não possuírem boa digestibilidade. Estes transtornos seriam: sobrecarga ao fígado, mal cheiro nas fezes, excesso de nitrogênio na urina e nas fezes, utilização da proteína como fonte energética, sendo que os carboidratos e lipídios exercem essa função com melhor qualidade e menor custo. Portanto, foi necessário aumentar a qualidade e digestibilidade das fontes de proteína da ração, trazendo uma diminuição da porcentagem da mesma nas formulações, e promover um melhor balanço e interação com os demais nutrientes (Lipídios, carboidratos, fibras, minerais, vitaminas) tornando o alimento completo em um todo e não em apenas um nutriente que pode acarretar em uma nutrição incompleta.
Nós recomendamos: 
Ração Super Premium: Techni-cal  
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